QUE TAL UMA VOLTA DE CHARRETE PELAS RUAS DE URBANO SANTOS?

Em 1976 O Sr. Paulo Silva Carvalho, popularmente conhecido como seu Pauleca, havia encomendado a um amigo, Ernane Araújo, uma charrete (foto abaixo).
  
Fabricada em Muriaé-MG, esta charrete era a segunda na família de seu Pauleca, pois seu pai já havia tido uma por volta dos anos 50.


 Alguns confundem charrete com carroça, mas, há diferença. A charrete é de uso quase que exclusivo para passeios e viagens curtas, já a carroça, é um transporte de usos diversos, mais especificamente para cargas e trabalho.


O que as duas tem em comum, é que são veículos de tração animal, porém, a charrete é uma carruagem leve, puxada geralmente por cavalo, já a carroça é mais pesada e é puxada mais costumeiramente por bois e jumentos.

As charretes surgiram de modo a facilitar o deslocamento dos indivíduos, sendo mais tarde substituídas por veículos movidos a combustão, os automoveis.

Havia vários modelos, dos mais simples aos mais sofisticados, com ou sem capota, ficava ao gosto ou ao bolso do cliente. A estrutura das charretes era bem resistente e confortável, os bancos, alguns eram revestidos em couro, a maioria tinha capacidade para três lugares.

Aqui no Brasil, as charretes ainda continuam em produção, em pleno século XXI, fabricadas de forma artesanal e mantendo padrões de séculos atrás. Grande parte dos fabricantes de charretes encontram-se na região de Minas Gerais e parte no interior de São Paulo.

Em Urbano Santos, não havia charretes luxuosas, mas por se tratar de novidade, era considerada pelas pessoas mais humildes como um luxo só. Para se ter uma idéia, em plena década de 50, na cidade não era comum se encontrar nem carroça, quanto mais charrete! Mas a carroça ainda resiste, e continua sendo muito utilizada, é o quebra galho e o ganha pão de muitas famílias em todo o país.
A charrete de seu Pauleca é simples como o próprio dono, que sempre fez questão do uso de boi para puxá-la, fugindo um pouco da tradição. Há mais ou menos 34 anos presente na sua vida, ele ainda a preserva, utilizando-a para pequenos passeios.


Na nossa cidade, poucos sabem da emoção de seu Pauleca ao ter adquirido a tão sonhada charrete, sendo esta, responsável por uma grande transformação na sua vida.

Em um dia como outro qualquer, ao fazer um de seus passeios, ele acabou caindo da charrete, e devido a queda, ficou paraplégico.

Mas isso não o fez desgostar da charrete nem da vida, pelo contrário, hoje aos 70 anos, impossibilitado de andar e com um pouco de dificuldades para falar, percebe-se que há dentro dele um garoto, ou melhor, dizendo, um “senhor jovem”, com muita sede de viver, ensinar e ainda aprender, e demonstra uma sabedoria e uma memória invejável.



Paulo Silva Carvalho, seu Pauleca, cidadão Urbanosantense, pioneiro em preservar parte do nosso patrimônio histórico, que sobrevive a cada dia em meio a um mundo globalizado, tecnológico, capitalista e individualista, onde todos procuram buscar um futuro até então, incerto, onde o tradicional e o moderno se encontram permanentemente.

BOM PASSEIO...!!!

Por: Emmelline Macedo Rosa

4 comentários:

  1. Saudações aos leitores dessa matéria.
    Que surpresa mais agradável poder ler algo sobre pessoas que amam o mundo dos veículos de tração animal.
    Meus mais sinceros PARABÉNS, primeiro ao "Seu PAULECA", um exemplo de cidadão e a EMMELINE pela narrativa clara e objetiva.

    SUCESSO SEMPRE a todos!

    SERGIO CINTRA
    www.charretesdeatibaia.com.br
    contato@charretesdeatibaia.com.br

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  2. lauralice
    muito bom o trabalho de vcs, todos estão de parabens deixor aqui os meus cinseros votos.

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  3. Olá!parabéns pela iniciativa, os temas são bem proveitosos,continuem procurando ki vcs acharão pois nada está perdido pois cabaram de provar isso.Parabéns tbm a Emmelline por abordar um assunto gostoso de saborear e pelo texto bem elaborado e objetivo. SUCESSO!!!

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  4. Muito Legal!!! Parabéns!!! Bola pra frente!!!

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